30 dezembro 2005
não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa estranha para mim sem significado nem festejo. o caminho é o mesmo, com o tempo de cada qual e cada um tem o seu. o meu é o destempo que me comanda os passos, por isso me vivo no sonho. ele é a minha vida, não mais que outra. a outra, a que me vive nos passos e não nas asas pesa-me em lágrimas ou sorrisos e tem a cor dos outros… que este dia de passagem seja isso mesmo, mais um passo da vossa vida, colorida com a vossa cor e de todos os outros…
19 dezembro 2005
16 dezembro 2005
quando o Um se perde ( ou confunde) numa única parcela
escureceu uma brancura-de-nevoeiro, onde nem os passos se sentem. hesitantes. medrosos…( ou como é sempre necessário luz outra, quando nos perdemos na unicidade do eu, ou como a escuridão se espalha quando a intensidade do existir se concentra num só olhar, numa só cor, seja ela qual, mesmo que bela)
apontamentos para um manual da serenidade
apontamentos para um manual da serenidade
15 dezembro 2005
ao som de uma guitarra
os barcos estão em terra. parados no vento. a secar o sal de ondas xávegas. as gaivotas charruam passos na areia em corridas de desassossego. os azuis enfeitiçaram-se, sem reflexos nem sombras. só eu não me encontro entre coisa nenhuma. sou resumo. síntese. concentrado num ponto do acaso, a escrever cores que se me pintaram endiabradas nas cordas de uma guitarra que toca nocturnidades em tons de (gira)sol-menor...
14 dezembro 2005
simultaneidades
o sonho tem esta particularidade mágica de ser maior que o universo ( porque não lhe cabe ou porque não lhe existe). somos por isso, (ou portanto, ou tão só , ou apenas, ou cousa outra que aqui não cabe, como cousa nenhuma), desenhadores do impossível… somos e não somos simultaneamente…
eu, ( deixem-me ser assim, na solidão do eu-mesmo, todo lá dentro, no interior do volátil e do vento que me habita) , quando me acontecer o Não-Ver ( ficaria talvez melhor o Não-Ser, mas esse não me existe, nem no ainda nem no depois) e for um grão de terra, vou ser pétala-de-papoila-e-sorri-me-de-cor… e serei um grão de terra que não cabe no universo, porque simplesmente é sonho, meu…
eu, ( deixem-me ser assim, na solidão do eu-mesmo, todo lá dentro, no interior do volátil e do vento que me habita) , quando me acontecer o Não-Ver ( ficaria talvez melhor o Não-Ser, mas esse não me existe, nem no ainda nem no depois) e for um grão de terra, vou ser pétala-de-papoila-e-sorri-me-de-cor… e serei um grão de terra que não cabe no universo, porque simplesmente é sonho, meu…
13 dezembro 2005
não há caminhos rectos, nem na luz...
não tem pontas a minha estrela. nenhuma. nem estrela alguma. os caminhos são sempre redondos. como a vida. círculos de ciclos. redondos. todos. a recta é ilusão que só existe no desenho. desenganem-se os que vão-por-ali, com o traço-definido de-um-caminho, mesmo com luz. até a estrela polar ( eterno farol dos vagabundos-navegantes) se move em redondos. gira-ela-própria…sem desenho.
12 dezembro 2005
artífice de “nuveares”
desfoco.
insisto. insisto-me.
sem abismo. (só o há, na angustia…)
no foco, é apenas altura. espaço de voares…
barro-lhe o caminho. em barro. oleiro de nuvens…
a planura deserta-me. só o olhar me foge. me finge. lugares…
gosto do longe. do re-desenho. do começar. do ser…
insisto. insisto-me. sem sombras. com luares…
adormeço-me. nos passos. no reflexo.
nas cores-guardadas-da-noite.
de ventos que sopram
em divagares…
insisto. insisto-me.
sem abismo. (só o há, na angustia…)
no foco, é apenas altura. espaço de voares…
barro-lhe o caminho. em barro. oleiro de nuvens…
a planura deserta-me. só o olhar me foge. me finge. lugares…
gosto do longe. do re-desenho. do começar. do ser…
insisto. insisto-me. sem sombras. com luares…
adormeço-me. nos passos. no reflexo.
nas cores-guardadas-da-noite.
de ventos que sopram
em divagares…
09 dezembro 2005
ilusão
não te iludas! o horizonte da noite está muito mais ao longe que o outro que se veste do dia. esse outro que nos esconde-escuro o olhar, brilha na dimensão do UM …
08 dezembro 2005
disse-me
sabes, disse-me a árvore que ia com os ventos, o teu caminho está sempre sob os teus passos…( ou como , mesmo perdidos estamos sempre no nosso caminho)
Apontamentos para um manual da serenidade
Apontamentos para um manual da serenidade
07 dezembro 2005
06 dezembro 2005
incompletude(s)
apoiei-me de olhos no espelho com o outro que me vê com a intensidade do desconhecido. não vi silhueta. nem sombras… estou incompleto!
05 dezembro 2005
02 dezembro 2005
o ponto
quando olho o detrás, sinto todo o peso que me desenha o futuro, concentrado que estou no instante em que comprometo o amanhã. o amanhã dista de mim um único ponto. um instante. um acaso. tenho em mim o começar da magia do meu existir. é nessa magia que olho o mundo. livre. desprendido. do acaso. do instante. do ponto. o detrás, é sempre o ultimo instante do começar…
01 dezembro 2005
nos teus...caminhos, ao Sol
tenho em mim um mar de nuvens, mas, o Sol, esse, Deus meu! está sempre lá, a desenhar-me o VER…ando nos caminhos com ele, à chuva, no vento. nos meus e nos teus. mais nos teus que nos meus, porque te olho, para aprender a cor com que se pinta o MAR…
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Queria escrever-te, mas as palavras fogem-me, como se me dissessem, “ Agora não! Espera que venham outras de nós, com outros sentires, Esper...
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Hoje não escrevo. Doem-me as palavras. As minhas, também... choro sózinho, sem elas, no vazio. além..
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Não te vejo. Escuto-te o olhar... Serenamente, com o vento, a voar.