Escuto o silêncio com a curiosidade de nomear o que sinto.
O frio escondeu as cores e desoriento-me nos sentidos...
Não sei se é da espera, se da tempestade-da-alma que me navega em zanga sem ventos nem lágrima, mas prendo-me nos passos que me fogem sem sombra. ( os sentimentos não têm sombra, são inteiros de olhar…)
Fico-me,
fixo,
sem reflexo,
nem imagem.
Até a memória se ri em imitação de palhaço e eu continuo sem nome para o que se perde no tempo, sem vida, desarvorada . ( desenraizada?)
Não vale a pena esperar, vou inventar todos os nomes do sentir e arremetê-los ao mar,
cada um,
na sua garrafa-navegante, a fingir-se história, despidos,
cada um,
nu,
despedaços de poema,
desfragmentados de mim ...
31 janeiro 2005
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