Hoje estou sem horizontes, sem azuis nem mar.
Caiu em mim uma tempestade inquieta, cheia de ventos e folhas a voar. Sinto o frio de um vazio que me envolveu a alma. O desenho parou. A bailarina chorou sem movimento. O marinheiro-gaivota-saltimbanco-vagabundo, olhou os negros-cinza, em sentires de recuar e virou-se para o céu em conversas íntimas, cheias de acreditares.
Hoje perdi o mar e os azuis.
Sou todo navegar, sem destino, abraçado na tempestade, à procura de um porto de abrigo…
18 outubro 2004
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7 comentários:
ontem, de forma recorrente, li...reli...por esse sonho onde apenas o tempo pára e o céu se vem aí pra sonhar, andei (de pejo?) afastada de escrever aqui. Fui noutros recanto, além dos meus papéis que estão cheios de hieroglifos de fim de semana, desatrelar de tempo reencontrar os tempos/meus na luz de tecto; e agora, retorno aqui e de novo me vou; apenas, este é, talvez,o momento de parar face a este dezazular que (te) dizes de desabrigo feito ...arranham(me) as palavras feridas (minhas) fendem enchurradas de entranhas...vindas? ou estadas? aqui ...que tempo? é! eu devia parar...não ter escrito...e afinal eu andei por aí escrevendo...porque não aqui? por estar doendo?
Procura dentro da tua alma. Serei o teu porto de abrigo, quando tu fores o farol que ilumina a tua vontade.
Porque caíu em ti essa tempestade? Quem se atreveu a deixá-la desabar sobre ti? Se tinha de desabar sobre alguém ...que fosse sobre mim...cujos horizontes já são, por si, cinzentos-mar-ausente-sem -porto!E a minha bailarina já não chora, porque não se move num sentir-sem-sentir.
Procura bem...porque eu sei que os teus azuis e o teu mar estão ainda dentro de ti...bem lá escondidos no fundo de ti menino-tímido, livre de adjecivos...e por isso LIVRE!
Perdeste o mar e os azuis? Mas sabes que estão dentro de ti. E o porto de abrigo só o encontrarás quando quiseres mesmo encontrá-lo. Beijos
A bonança virá!! Aguenta aí!
Um abraço.
Não há porto de abrigo senão o que encontramos em nós. Aí permanecem os azuis e todas as outras cores, de imensas tonalidades feitas. E a tempestade é a vida dançando.
Beijinho, Almaro.
E como é bom navegar sem destino... partir à descoberta do [nosso] mundo... sem ter pressa de chegar... onde quer que seja... em busca de um porto de abrigo :) bjs
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