Oiço batuques ao longe, em danças de vento que me sopram cicios de África.
Vêem em gritos de chuva, num toque, toque baço, ritmado em galope de Impala.
Navego em barco-à-vela-de-capulana num cinzento que se pinta em tempestade. Cheiro, a terra quente, que cavalgo em pacaça-alada, deselegante, pesada.
Confundo-me, difuso, na savana de terras-sangue, em letras-palavras que me levam a liberdade.
Estou sem conto, num encanto a um canto, perdido entre ventos e vontades que cantam, ao som do batuque, num toque, toque, a galope, num golpe de asa que me foge, em cartas abertas, sem olhares, nem envelope…
03 novembro 2004
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4 comentários:
Os sons e as cores de África nas tuas palavras. Saudades? Ou só lembranças que surgem sem sabermos porquê? Beijos
Almaro!Almaro! que Àfrica nunca se apaga nunca e não é saudade é um que vem de dentro um que vive é um apenas ter sido vivido sentido nunca mais um rio é rio quando em lá nesse calor se viu rio (assim ou parecido eu já escrevi)e sai assim no sem querer o vivo que ficou que é...
Então liberta-te das "letras-palavras" e terás a tua liberdade. Bem sei, ou seja, sinto o quanto África deixou marcas...E sei que realmente ouves e navegas...mas perdido...jamais!
Sempre recorrente o regresso à infância, como caminho único de reequilíbrio
Beijinho, Almaro.
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