Hibernei do Ser (ou de ser), sem angústias, nem lágrimas de aflição, como quem olha uma escarpa que se ajeita para receber o embate de uma onda gigante a desfazer-se em espuma.
Coloquei-me de lado, em gaveta sem chave a aguardar uma gota de Sol.
Esta manhã, acordei e reconheci-me no olhar e no Nome (ouvi-me claramente a dizer, em segredo interior – “ Nem tudo se perdeu”)
Fiquei intrigado e como não tinha narrador à mão questionei-me Eu próprio – “ o que perdeste afinal?”
“Que pergunta imbecil, meu velho”. Disse ele, aliás … eu (o raio do narrador parece parvo, quando foi preciso pirou-se. Agora santa paciência, vá plantar batatas…) “Perdeste um pedaço de cor do quadro que não acabaste... “, disse-me.
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