Normalmente não me exalto, e mastigo com serenidade, paciência e algum gozo, confesso, quando confrontado com o que não entendo, obrigando-me a accionar os mecanismos de auto-controlo, que a idade me ensinou.
No entanto dificilmente consigo digerir frases ocas e saudosistas do tipo “ no meu tempo é que…” ou “ esta geração, meu Deus… “
É de mais para mim e sinto-me descontrolado, irado com vontade de abanar quem as vomita.
Será tão difícil de perceber, que esta geração, seja ela qual for e em lugar qualquer, é única e exclusivamente aquilo que conseguimos criar?
É o nosso último estado de evolução.
Somos todos nós, os de hoje e os de ontem a olhar o amanhã!
O Jovem, criança ou não, é o elemento mais velho do nosso ramo familiar. Não o mais novo. O mais novo foi o primeiro!
Não este, que está a olhar com tudo aquilo que os outros viram e lhe deixaram no Ver, e no Sentir.
Todos não seremos suficientes para lhe orientar o olhar!
Ajudem-no a correr para diante, em vez de lhe cuspirem o Eu!
22 março 2004
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