Abracei-me a uma árvore para lhe ouvir os segredos e o murmúrio, de quem assiste paciente, à loucura da paisagem que indiferente, atropela o tempo.
Nada me disse e desfolhou-se em vermelhos de-nuvens-ao-fim-de-tarde.
Insisti com questionar permanente e contínuo, o porquê de tamanha dor…
Não murmurou, nem segredou…
Remeti-me ao silêncio, coberto de verdes-escuros, a aguardar a cor de uma flor, apreensivo com o amanhã, porque isto das árvores ficarem mudas tem que se lhe diga...
23 março 2004
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