O lápis desliza em formas violentas de muro, que se suspende sem portas nem frestas nem transparências e que se enrola em torre de Babel, que se esconde em luzes escuras, quase a cair do quadro.
Não há árvore que o transponha em sombra, não há pensamento, sentimento, poema, tempestade ou emoção que demova o quadro que me foge da mão.
Desenha-se sozinho.
Autoritário.
Gigante.
Paro cansado, transpirado, ansioso e olho em sorriso extasiado de frente para tamanha aberração suspensa em “cinzentos-prata”, fragilizada pela sua própria arrogância e imponência.
Zangado, penduro-o de pernas para o ar!
03 março 2004
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