O tempo e a memória andam a enganar-se em forma de saltimbanco, que se finge ilusionista de emoções.
Escondem-se um do outro, como amantes adolescentes que amuam de tanto se quererem. (hoje ando a desbaratar palavras, não há duvida que “adolescentes” está a mais neste retrato)
Há falta deles, transformo a história que me conto e dou vida ao Pinóquio, sem dar conta que ao transformar-me na personagem que me foge em cores, sou eu que sou marioneta vagabunda perdida na história e no tempo.
Sinto-me bem no conto, e por ali fico a passear em terras outras, até que os amantes amuados se beijam e eu volto a ter gravata e fico a olhar o meu chapéu de palha, roto do sol em cores de seara de trigo, abandonado, junto ao espantalho que me sorriu por momentos, poucos, mas suficientes para me sentir bem dentro da minha própria memória.( prometo que vou aprender a escrever parágrafos mais curtos e menos confusos…)
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