Tocou-me ao de leve, primeiro, em ritmos de despertar, em espaços menos cuidados, até me forçar a abrir os olhos e fitá-lo de frente, meio sonolento e rabugento inteiro.
“ Que me queres a esta hora?”
“Vem!”
Fui de corpo.
“Agarra-me e pinta” ,sopra-me o lápis irreverente, que me levou sonâmbulo até à tela que me espreitava na penumbra.
“Agarra-me e pinta” ,insiste, em jeito autoritário mas de sorriso ameno, terno, em forma de conquista, mergulhando em imagem todo inteiro dentro de mim…
Agarrei-o e naveguei barco à vela em “azuis-manhã” que encheu o horizonte em “esperança-névoa”.
No fim, quando as cores já não eram só minhas, deitei-o como quem aconchega criança, à noite depois da história.
Eu, fiquei ali, a olhar o barco que não se resignou a ser só Sonho e partiu deste, para o Mar.
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