Pintei uma biblioteca.
Apeteceu-me, num impulso de cor.
Uma biblioteca de castanhos cruzados de sombras, riscadas de caminhos.
Linhas ininterruptas de sentidos.
Pintei-os!
Todos!
Os meus, Livros. ( nem todos se olham de castanho, mas no meu quadro sim, repetidamente castanhos, de todos os castanhos que o saber me sintetizou em cores e em Ver…)
Terminado o quadro, e os castanhos, tinha uma biblioteca, a minha…aquela, não outra.
Depois, ah depois, agarrei no pincel e mergulhei-o no amarelo, (amarelo, sem adjectivos nem matizes, amarelo-ovo, que é o amarelo que me referencia o olhar, coisa tola porque há tantos ovos como amarelos…) e deixei que escorregasse, gota, em sorriso, a abraçar todos os meus castanhos. Tinha todas as palavras com que gostava de sonhar um livro, aquela lágrima-gota, que me fugiu colorida…
15 fevereiro 2005
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