Morreu um homem chamado Sérgio que se passeava pela Humanidade.
Não sei qual a diferença entre a morte deste homem e uma morte de qualquer outro, seja ele criança faminta, desesperado sem liberdade ou de outra qualquer condição ou sem condição alguma.Este chamava-se Sérgio, era de todos nós, e passeava-se pela Humanidade.
Não sei o que leva outro homem a matar por ódio, vingança, desespero ou outro tipo qualquer de sentimento.
Este, que se chamava Sérgio dedicava-se aos outros homens.
Não foi o primeiro nem será o último e esta certeza, amargura-me e silencia-me na revolta contida, com grito sem som.
Ninguém ouve o grito de desespero que me vai na alma, porque cada um grita também a lágrima cinzenta de quem chora a Humanidade.
Não foi o Sérgio, de árvore Vieira de Melo, que morreu.
Foi o verbo Dar que ficou encolhido, qual coelho na sua toca à espera que o caçador deixe de fazer ruído e se afaste.
A Humanidade está lá fora. Chora!Cada lágrima é uma Vida que se extingue na incompreensão de se ser Homem.
A Humanidade está lá fora de olhos postos no vazio.
O filho que se fez Homem morreu.
Todos os dias, morre o filho que se fez Homem.
A Humanidade está lá fora a matar o Filho que se fez Homem.
Choro a revolta de fazer número para a Humanidade.
Eu estou lá fora, enroscado na tristeza de sentir dentro de mim todas as lágrimas dos que fogem da Humanidade.
Estejas onde estiveres, Sérgio, de nome Vieira de Melo, recebe o meu abraço, e enxuga as minhas lágrimas.
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