30 novembro 2005

mocho-cego

as palavras não me dizem. nada. já não! desfazem-se no(s) silêncio(s). caídas. sozinhas. no vazio das letras sem sentido(s). delas. os meus, já não se desenham. nelas. desenformam-se deformadas em nuvens-de-pó, de giz colorido nas-chuvas-de-estio, em vapores-de-solidão-desabraçada, nas noites de mocho-cego. macho. enfeitiçado. as palavras não me dizem. correm sem mim, no poema que não fiz. é dia de poetas. estou surdo. invento vazios. cinzentos.
e
as palavras. aqui.
e
eu sem mim.

4 comentários:

lena disse...

fiz o silêncio com palavras, para o escutar no vazio das noites de inverno

beijinhos

lena

Rita disse...

adorei bastante...

bom feriado
beijinhos

Sara Mota disse...

Almaro,
porque é que para se escrever bem, temos que ter em mente uma cor tão negra (escura)?

Um beijo,
e que a tua surdez faça com que os meus olhos se apaixonem mais e mais pelas tuas palavras... :)

( lol :P ** )

DT disse...

Caro Almaro

Primeiro deixa-me dizer-te que adorei o novo aspecto da página. A imagem está fantástica.

Quanto ao texto, sugere-me a total ausência de tudo na imensidão que te rodeia. Ausência de palavras, corpos e cores. Apenas nada.

Abraço

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...