Falei com um ponto, focalizado algures no horizonte, que mudo, ria-se da humanidade.
Não consigo perceber se fiquei irritado, com aquela entidade abstracta que me absorvia o olhar, ou triste com a própria humanidade. Engoli em seco e concentrei-me num quadro em tons de vermelho com gotas de amarelo escuro.
Terminada a pintura, virei o quadro para a parede e imaginei-lhe outras cores e sorri para aquele anjo mudo e surdo escondido no horizonte, que amuado fugiu com o quadro.
29 outubro 2003
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