Revi menino de cabelo-negro-azul, que quando criança, gostava de brincar com coisas-que-mexem-sózinhas. Era importante o movimento, não qualquer, mas o que se dirigia para lugar algum, ou melhor que ia, mas não sabia como, nem sentido. Estimulava-o imaginar, para onde saltava a pequena rã que escondia no lavatório de casa de banho, para onde se escapulia lagarto sem cauda, guardado no bolso, escaravelho multicolor,a fazer cócegas na sua mão, pequena formiga, formiga de asas, abelha, que lhe andavam no braço, pinto, pato, coelho, minhoca, que o fintavam no esconde-esconde, ou pequenos ovos de camaleão que escondidos em podres de madeira lá estavam à espera dele.
Era um Universo saltitante que o brilhava, que o esvoaçava em histórias e em emoções infindas, coloridas, de vida, reais, suas. Não era difícil, vê-lo a imaginar libélula em forma de dragão, pequeno lagarto, em forma de príncipe, abelha em forma de fada, e tudo rodava em volta dos seus soldadinhos-que-mexiam-sozinhos. Eram os seus brinquedos favoritos, daquele menino, que em criança tinha um mundo só para si. Hoje vi-o. Andava por aí…
23 junho 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...
-
Queria escrever-te, mas as palavras fogem-me, como se me dissessem, “ Agora não! Espera que venham outras de nós, com outros sentires, Esper...
-
Hoje não escrevo. Doem-me as palavras. As minhas, também... choro sózinho, sem elas, no vazio. além..
-
Não te vejo. Escuto-te o olhar... Serenamente, com o vento, a voar.
Sem comentários:
Enviar um comentário