Para onde foste, para onde fugiste, diz-me porque não estás, porque voas em céu que não avisto. Sê alma, que se alimenta no Mar que me olha horizonte. Paira, suave quase sombra, livre, mas passeia-te vezes várias na areia em que me sento a refrescar, com o sal que se mistura e se lava nas lágrimas, que se evaporam chuva no Eu que não parte.
Voa, visita-me nas pegadas que deixo na areia, como quem procura labirinto dentro de si.
Visita-me, voa-me nos passos que gravo e que fogem sozinhos nas ondas de praia-mar…
22 junho 2004
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