Encontrei Mestre Dali, reencarnado na paisagem de um canavial, daqueles que seguem os caminhos em sombras quase verdes e que por mais que se cortem, crescem sempre e sempre verdes. O Mestre via-se, D’ali, transformado em formigueiro de caracóis. Reconheci-o pelo bigode desenhado nos olhos dos caracóis, ao sol. Os caracóis pintavam-se em cachos brancos, em imagens gémeas, de flor de jarro, sem fim na vista, floridas no canavial (desconheço flor de cana, de canavial vulgar, de verdes comuns. Ignorância ou distracção imperdoável, mas se tiver e acredito que sim, não são flores-jarro. Tavez sejam verdes, camufladas em transparências, talvez em cor-pequena, sem direitos a reflexos do olhar, talvez flor-minhoca, escondida semente no humido da terra).
Quando souber pintar vou retratar o mestre, verde-branco, flor de jarro e gravata erecta, amarela-ovo, com mil bigodes de olhos de caracol, com um girassol no meio dos verdes a cair do céu .
10 agosto 2004
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2 comentários:
tenta!!!mas tenta mesmo!!!pintar a tinta essa imagem que pintaste com o olhar!!e com palavras!!promete.
nani
Imaginação não te falta! Então pinta lá o Dali e o bigode nos olhos dos caracois. Bjs
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