01 fevereiro 2004

ao acaso

Abro livro de poemas,
ao acaso…
Procuro repouso,
silêncios,
das angustias que me atropelam a alma,
ao acaso…
Viagem de ausências,
Abismos de sons,
da dor que me acalma.
Paragens.
Paisagens rústicas de cores vivas,
perdidas nos cinzentos,
poemas que fogem lentos.
Pensamentos,
ao acaso…
Verbos que se conjugam no Eu,
em sentimentos.Insatisfeitos,
parados,ausentes,ao acaso...
Viajo em folhas soltas,
de poemas,
de poetas.
Metamorfoses de luz que soluçam letras,
que se espalham,
que se esfumam,
ao vento,
ao acaso…
Ilusão,
poema de absurdos,
sorrisos que se escondem,
olhares de dor que escorre do peito.
Abro livro de poemas,
ao acaso…
sem jeito.
Naufrago em Mar de sargaço,
vermelho,
salgado.
Desenho que se amotina,
fora do quadro.
Embriagado,
ao acaso…

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não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...