27 fevereiro 2004

monologo de quem acorda, sem um narrador à mão…

Hibernei do Ser (ou de ser), sem angústias, nem lágrimas de aflição, como quem olha uma escarpa que se ajeita para receber o embate de uma onda gigante a desfazer-se em espuma.
Coloquei-me de lado, em gaveta sem chave a aguardar uma gota de Sol.
Esta manhã, acordei e reconheci-me no olhar e no Nome (ouvi-me claramente a dizer, em segredo interior – “ Nem tudo se perdeu”)
Fiquei intrigado e como não tinha narrador à mão questionei-me Eu próprio – “ o que perdeste afinal?”
Que pergunta imbecil, meu velho”. Disse ele, aliás … eu (o raio do narrador parece parvo, quando foi preciso pirou-se. Agora santa paciência, vá plantar batatas…) “Perdeste um pedaço de cor do quadro que não acabaste... “, disse-me.

Sem comentários:

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...