28 outubro 2005

perseguições

persegue-me um som de mar em tons de violino,
em forma de asa,
quase anjo.
mergulha-me afectos escondidos num búzio ,
sopra-me sonhos,
esperanças,
e
deixo-me inundar nas ondas,
nas asas,
brancas
e
sinto,
o pedaço ínfimo do universo
que sou,
gota de um nada
que vê
onde não estou...
sigo-o
vou,
(sede vital,
esta coisa de ir
),
sempre,
em continuo
em fragmento,
em número,
zero ou um
(ah! só há dois números no universo,
e só um se soma,
todos tem verso
e reverso
mas só eu não me encontro em nenhum,
perdido no espelho)…

sou o desenho,
de gaivota
que plana,
azul,
que sente o instante de ser,
apenas,
ponto sem distancia,
sem corpo,
nem luz ou chama...
(ah! ser simplesmente o acaso,
ser intersecção do destino,
e ser assim inteiro,
ar
vento
poema
vida,
é mais que desenho
é coisa quase nada,
quase tudo,
paraíso
que
canta,
e embala
como os olhos de menino
que desenha uma flor,
uma estrela,
com as cores de um sorriso),

persegue-me um som de mar em sons de violino...

8 comentários:

Maheve disse...

As vezes ouço esse som, principalmente quando desejo estar em paz. Busco o refugio do mar pra sentir-me viva, ele me abraça com sua brisa e sussurra em meus ouvidos sua doce melodia.

Parabéns

red hair disse...

A "loira" dir-te-ia: Deixa lá que isso passa-te!

A moura vai ficar a pensar no teu caso porque "perseguições" destas não são de se comentar de ânimo leve...

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Afundei-me
nesse mar
nessas ondas revoltas
nesse sabor de sal
O mar não me quis
e devolveu-me
à praia.....

Fragmentos Betty Martins disse...

Fiqei perdida
nos
sons
dos violinos...
Os ventos me perseguiam
querendo
apenas
me cantar
o teu poema

beijinhos

BlueShell disse...

Lindo demais, meu anjo!
sempre, BShell

red hair disse...

Ena, ena, já temos música!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Música!!!!!!!

musalia disse...

a tua poesia flui como o tempo...

beijos.

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...