10 outubro 2005

sou

Procuro nas nuvens que passam,
as lágrimas que verti,
olho-as ao vento,
disformes,
brancas,
negras,
e
procuro atento,
pedaços de mim.

Sou,
arqueólogo,
sem história,
que anda sem rumo, por ali.

Sou,
lágrima esculpida ,
azul,
verde,
carmim…
Ah, velas sem navio,
mar sem fim,
deixem-me ser nuvem,
palhaço-criança,
jardim...

Procuro no céu,
a ave migrante
que fugiu de mim...

Sou,
flamingo azul,
que anda por aí,
perdido,
réu,
navegante...
Ah,
Sou,
poema sem véu,
peregrino sem (a)deus,
pintor sem tela,
sem Tempo,
Livro
esquecido,
evaporado,
queimado-vivo…

Sou,
sem chama,
neste mundo,
letra só,
sem sentido!

1 comentário:

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Sou
Sou um pedaço de mim
que tomba sobre
cada verso que escrevo
sou água
sou sol
sou nascente
poente
e nada sou
Sou
esta restea de mim
que nada
sou....

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...