Fiz e desfiz o quadro que me andava a pintar cores sem desenho.
Nasceu com impulsos cubistas, recheado de traços criados com gestos cegos que se reviam em cada ponto de fuga.
Encheram o espaço com uma guitarra, um livro, uma mesa e aroma de café cachimbo. Em névoa cinzenta estava um rosto que me olhava e se olhava. Sorriso e lágrima de uma mesma cor, entre o azul e o vermelho.
Números, poucos. Datas, algumas. As suficientes para me estragarem as sombras que revoltadas quiseram ser verdes!Foi o verde que estragou o quadro!
29 setembro 2003
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