Sonhei com um “embondeiro”, aquela árvore misteriosa e disforme que salpica a paisagem africana.
Quis ser um dos ramos que absorve a atmosfera densa, cheia de silêncios e perguntas sem resposta.Sonhei com um “ embondeiro” que se transformou numa Cruz que se envolve na dor e nas lágrimas de sangue que fotografam a Humanidade com a luz e os gritos de trovoada.
A imagem que o sonho me deu, foi uma árvore invertida de raízes a sangrar, viradas para o céu.
O quadro que pintei, fixou uma imensa savana, em tons de toranja vermelha polvilhada de cruzes em oração de desespero incontido.
03 setembro 2003
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