As nuvens (des)azularam o céu com histórias gotículosas que se desfazem na pele como brisas de afectos. Acariciou-me uma que me disse sem ventos nem cerimónias “ …andas desatento-de-cores…mergulha-te no desdentro e vive cada palavra que não ousas…”
In “ Apontamentos para um manual da serenidade”, ou como devemos olhar para fora da concha-do-eu para sentirmos a Vida que se nos oferece e nos empurra no existir…
desazularam = pintalgaram de branco o céu ( emitiram sons de segredo no sentir de quem escreve)
goticulosas = tentação de quem escreve de confundir o leitor, com gulosas ( gotas pequenas gulosas? ávidas de se ouvirem? doces? ternurentas?) De qualquer forma a imagem é de pedaços de nuvem que nos beijam a pele...
desdentro = influência da literatura africana, cada vez mais presente na minha forma de estender as palavras no sentir e de reinventar sentidos ( Mia Couto, Pepetela…) que na verdade apenas pretende dizer, para fora ,de dentro para fora…sai de ti...
Peço desculpa ás palavras de as aprisionar em sentidos. Não é habito meu impor paternidades...
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