22 julho 2005

linhas de mão

Na palma da mão desenho areias,
em gotas de nada,
agarro-as liquidas,
desesperançadas…
Desenho linhas,
longas
no chão,
descompensadas…
Fogem desertas,
sem sombras,
desencontradas…
Desenho na palma da mão labirintos,
meus,
coloridos e vagueio-me nos passos,
não há ecos
nem gritos,
nem castelos-feiticeiros,
há uma luz nocturna que me leva que me viaja aos sons de uma guitarra que chora,
nevoeiros…
Na palma da mão desenho laços,
teus.
São ondas,
douradas
Que esvoaçam mitos
ao longe,
de longe
enamoradas…
Linhas abertas,
feridas,
vidas
que nos fogem
caladas,
perdidas,
sopradas…
Barco fantasma,
(falua,
barca,
bateira ou
moliceiro)
São linhas da mão…
gotas de areia,
desertos de água,
solidão,
flauta,
singela,
bela,
de pan…

oiço,
ao longe
de longe
violinos de Chopin

1 comentário:

Menina Marota disse...

"...oiço,
ao longe
de longe
violinos de Chopin..."

momentos
silenciosos
serenos
de luar...

na calma da noite,
sem ser madrugada,
oiço
ao longe
o rumor do
vento e,
do mar...

Boa noite...;)

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...