26 outubro 2004

boneca de porcelana

Descido em terras outras, de sentidos vários, únicos, desenho sonho de amêndoas doces.
Pinto, leve, na alma, os olhos. Dela. Flor de lótus.
No ar, ao vento, na brisa, os cabelos. Negros de china com tintas e pincel de olhares.
Boneca de porcelana em dança com o Universo, no chão, na terra, no tapete-verde-bambu, longínqua, em mim.
Dança de branco, de negro, linda, distante, desenhando na alma movimentos de brisa, de bambu, verde-oriente, sozinha, com corpo de setim.
Desenho-te, os olhos-de-amendoas-doces em movimentos de vida, que me saltam do papel-arroz e voam...

6 comentários:

BlueShell disse...

voam...voam e não se fixam...porque a liberdade é a sua essência. E baila, para ti, por ti...para que os teus olhos e o teu sentir se deixem seduzir em cores de paixão-vermelha-pura! E baila, te penetra o sonho, te vivifica alma, te faz sentir homem, pleno, íntegro, total...na imensidão de gestos, cabelos soltos aos ventos, já não no teu papel...porque dele se libertou! Ela é agora parte de ti, e tu voas com ela, soltas as amarras finalmente...VIVES!

Lola disse...

Respiro o teu corpo

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.

Eugénio de Andrade

musalia disse...

Em movimentos graciosos, os grandes leques desvendam o olhar. Doce, amendoado, amoroso. Preso no fino risco de tinta da china que se solta dos teus dedos. Boneca-mulher-flor, dançando a suavidade do sorriso. O teu...
Beijinho, Almaro.

B. disse...

Que opima escolha ;)

Fátima Santos disse...

se não comentasse?! se deixasse...silêncio...não palavras ...nada... sombras de dizer...lágrimas de ontens... retiro-me... ( levar a menina a passear...embalar no colo a boneca...ser levada em passeio de mãe...)mas dizer...comentar...não! apenas sombra...aqui...nada escrevi...)

folhasdemim disse...

Pintar na alma os olhos dela é belo. Quem tem alma, vive e dança. Beijos, Betty

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...