12 outubro 2004

tu eras...

Tu eras espelho que me reflectia a dor,
gota
a
gota,
sem cor…

Tu eras a imagem que não me via
e
tempo
no
tempo,
derretia…

Eras chuva de pedra,
negra
usada,
vazia…
Agora,
és,
sopro de vento,
parado,
ausente,
lento…

3 comentários:

musalia disse...

Ausência? Sentida, esquecida, guardada ou apenas ausente?...
Beijinho, Almaro.

almaro disse...

Há sentires difíceis de explicar, mas aquele passado que se diz no 1º esboço, não era indiferente, interagia com o personagem, dilacerava em dor, o presente, dito no 2º traço, esse sim ausenta-se com a indiferença. Permanece ali, a pairar junto do olhar em transparências, pronto a interligar-se no futuro, cujos sentires ainda não se adivinham...
Confuso? Todo o sentir é confuso...

nobody disse...

Genial!
Apenas um reparo... Penso que há coisas que não se explicam, apenas se sentem. Não é?

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...