19 outubro 2004

um dia alfaiate com olhos de mostrengo

O dia parou de repente (naquela precisa hora, naquele instante em que nos distraímos do existir) e debruçou-se, inteiro diante mim. Tinha olhos gigantes, cheio de “interrogares”.
Fingi-me formiga-caracol, em silêncios de respirar…
Mas era teimoso este dia.
Agarrou-me, louco, zangado, autoritário,determinado e vestiu-me com todas as cores do Eu que tinha escolhido para mim .
Com o mesmo repente, desamarrou-me no tempo.
Fui, sem perguntas, pelas ruas que ele pintou para mim, recheado de "decidires"

14 comentários:

Lola disse...

E amanhã, decidirás tu as cores do dia Mostrengo que acordará doce. :-)

musalia disse...

Um pequeno dia, num pequeno momento, em pequenos medos. De múltiplas perguntas ao encontro de múltiplas respostas. Assim se cumpriu o silêncio.
Beijinho, Almaro.

musalia disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Fátima Santos disse...

Ai! Almaro!!! "recheado de decidires"...Por aqui me fico que o T.O.D. rss anda aqui a bailar e eu com tanto pra "trabalhar" (em bela alhada me meteste!! que TU apenas TU decidiste...aquela trama...ai Almaro Almaro!! ) Sei lá!!!... cala-te boca que isto que no Almaro é SEMPRE coisa séria!:)

lique disse...

Ai, um dia "recheado de decidires"... E tu bem querias distrar-te de existir. Mas o dia de amanhã vais tu agarrar, de certeza. beijos

BlueShell disse...

e em cada silêncio és mais tu, mais completo...mais o que queres ser e finges não poder...
Em jeito de Aquele abraço...

rfarinha disse...

E nos decidires da vida não te esqueças dos duvidares :) bjs

almaro disse...

Lolita : O amanhã é sempre uma nova tela que se pinta com o olhar e com os passo se que se transforma no instante do Hoje…

almaro disse...

Musalia: os silêncios são quase sempre um banho de alma. É nos silêncios que ela se renova de sentires e que os absorve em plenitude. Vezes há que os gritos dos nossos medos, mesmo mudos, nos ensurdecem o sentir...

almaro disse...

Seila: Um decidir não é mais que um passo, mais um. Quanto à nossa Joana, trata bem dela que ela está cheia de interrogares.
Ps: o almaro que se escreve é o fragmento que reflecte os sentires. E o sentir seja qual for é assunto sério, memo gargalhando-se …

almaro disse...

lique:São estes doces mistérios da vida que nos empurram no caminhar. Quando nem sombra queremos ser, o raio do existir impele-nos para o meio das cores e somos “obrigados” a maravilharmo-nos e a decidirmo-nos por aquelas que queremos levar no olhar…
Logo eu que sou um guloso de cores…

ps: não pude deixar de sorrir à tua reacção e da nossa Seilá, à palavra decidires: AI!

almaro disse...

Blueshell, sim, nos silêncios, crescemos, é neles que orientamos os nossos passos, como nosso decidir. Não te iludas, nem sempre posso, mesmo querendo...

almaro disse...

Ridufa: É por causa deles, (dos duvidares) que me escondo nos silêncios. Eles são os murmúrios que sussurram no meu sentir.

almaro disse...

Myryan: Mas como eu gosto de voar. Quando voamos, temos sempre que ir recheados de “decidires”. Temos sempre que levar o” voltar” pendurado no olhar…

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...