Irrequieto-me nos alísios de um dia quente que se esvai em gotículas dançarinas,
folheio a vida em soluços enleados numa aguarela cinza de sombras amarelas
e
o espelho finge-se de mim,
mas estou evaporado em silêncios que ecoam batuques-de-fogo e fumos-de-alma.
O dia esculpiu-se xistoso e o vento levou todas as cores num passeio sem retorno…
Há vozes ao longe…
Minhas.
Musicas e lamentos,
ladainhas antigas…
Só o barco me navega,
bailarino,
lento…
Já não sinto.
Inquieto-me e mergulho,
sozinho,
neste imenso vazio de um dia que se apressa mais que o vento,
sem história,
nem livro…
Só o desenho me lava,
e
leva
leve,
na ondulação das dunas,
desta linha deserta,
sem caminhos…
05 setembro 2005
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2 comentários:
Ai, homem, primeiro eu leio isto que tu escreves desta forma tão peculiar que só tu sabes...depois releio e fico assim com um aperto que nem sei explicar.
Se a loira aqui estivesse ela saberia por certo dizer-te algo. Seria um disparate mas também que importância teria?
Deixo-te um beijo, vale?
Que os ventos que se desejam,
sejam leves
quentes
sedentos de poesia
que inebria
aquieta
ilumina...
Uma noite serena :)
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