Pintei o meu auto-retrato em formas cubistas.
Coloquei-me à frente de um espelho (sem especial cuidado com as cores da envolvente e muito menos com a moldura), fixei-me na imagem e lancei uma pedra.Num instante de magia, lá estava eu multifacetado a sorrir-me de espanto. Terminado o reflexo, desfeita a imagem em sons multicolores de queda desordenada, estilhaçada, o que ficou pendurado em imagem foram os pedaços que sobraram de mim.
E se a pedra fosse outra? E se o arremesso fosse outro?
O quadro tinha outra imagem, e as sobras de mim outras cores…
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