Andei a brincar às escondidas com a cor de uma laranja. Procurava textura original, com reflexos de tarde amena, sentado à sombra de um pinheiro manso (esta referência pode ser absurda, mas o facto de estar sentado, naquele preciso lugar, dá desde logo uma tonalidade única, sem a qual estas palavras nunca existiriam).
A brincadeira tornou-se séria quando a laranja se escondeu no Sol e fugiu em tons de "vermelho sangue".
Senti-me traído e contentei-me com a sonolenta Lua, que tendo pena de mim, segredou-me um olhar e escreveu nas estrelas “ não se deve confiar numa cor que cabe inteirinha numa forma. Quando se brinca com uma cor devemos pensar no mar, no céu, no deserto, no dia ou na noite, para que ela não se envergonhe da sua nudez e se entregue…”
02 março 2004
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