Apareceu-me esculpida no olhar, quase fotografia, uma hélice gigante em madeira-carvalho-floresta que me navegava a vida.
Qual o sinal? Qual a mensagem, se navego à vela, com os ventos, orientando-me nos caprichos das tempestades e dos estios?
Vejo muro que me atropela, que me dirige, que me condiciona e comanda, sem sentir, em ruído humano de máquina que rodopia cortante e insensível em forma de guilhotina.
Sou empurrado para a multidão que me afoga e grito em apelo da vela-vento, do vento que enfola as velas do meu barco-alma, na esperança de poder continuar a descoberta de mim, com todas as cores que me pintam o EU.
05 julho 2004
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