31 julho 2004

fragmentos de liberdade

Senti aromas de liberdade, ao não me ser devolvido o olhar. Foi, no seu próprio caminho, com a sua cor , sem reflexos, sem espelhos nem labirintos.
Falta agora largar este peso negro, carregado de solidão, para que A sinta inteira, dentro de mim…

4 comentários:

lique disse...

Ah, afinal há mais de ti! Diz-me só: quem é alix que aparece nos teus contactos? Parece-me ser só um autor, ou estou enganada? Lendo o que escreveste, parece-me que carregas contigo algo que te pesa muito. Na procura da leveza e da liberdade, esses pesos devem ser alijados e falar claro é por vezes o melhor caminho. Tens a certeza que aqui não há, de ti, espelhos e labirintos? Um abraço sincero.

almaro disse...

(LIQUE):De vez a vez, quando as sombras são filhas da lua (reflexos), olhamos através de personagens. Andei por aí a semear palavras com nomes outros, jeremias, corto maltese, alix, oriundos, do imaginário, do desenho, da fantasia. Personagens de banda desenhada, que aqui e ali, expiram pequenos traços de mim. sou a soma de pequenos fragmentos, mas sou todo almaro. Quanto ao peso, aos labirintos, aos reflexos, aos espelhos e ao rio, convergem todos no Mar e no vento com que me falo em palavras...
O alix ficou, porque serviu de transição entre fugas. Faz parte do reencontro de Mim.

Jeremias, personagem de Hermann. Sobrevivente de um mundo pós atómico, que transporta consigo todos os valores de uma humanidade perdida, tem uma violência muito própria, sem deixar de ser um observador e um sonhador.
Corto Maltese, personagem de Hugo Pratt, quase não precisa de apresentações. Navegante solitário, poeta, que se salpica entre o altruísmo, e o egoísmo feroz. Tem a vantagem de ser pintado a aguarela ou a preto e branco. É todo verdadeiro…
Alix, filho do império romano, criado por Jaques Martin, carrega em si, a ventura e a lealdade, transporta uma civilização sem se aperceber que o que arrasta é cruel e sombrio. É um ingénuo. Acredita!

Anónimo disse...

gostei deste retrato pintado a figuras de bd!
mas deixa-me acrescentar um pequeno e malandro promenor...é que jeremias,tras-me sempre á memória um certo "jeremico" com cheirinho a manjerico!!!
lembras-te?foi em BRAGA.há quantos anos???
nani

almaro disse...

Se memória não me falha, passeávamos em reconhecimento do país, com os pais como guias da nossa portugalidade. O manjerico, gigante só podia ser jeremico, para quem sempre gostou de inventar palavras. Recordo-lhe os verdes e os aromas, e o vosso gozo incontido, que nem a saborear uma lampreia, no Bom Jesus, vos acalmou a chacota. Vinguei-me, dias mais tarde, quando o Pai, tentando sonorizar o filme da viagem , (filme em super oito! Estamos velhos, ou o mundo saltou no tempo sem darmos conta), tentava imitar o sino com a tampa de alumínio de um tacho de cozinha.
Ri! Solto ! Vingado!

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...