Papá, Papá, as portas de nossa casa estão vivas! Quando as abro, falam comigo baixinho, aos assobios.
Não, filho, as portas não falam contigo. Falta-lhes, óleo, por isso guincham quando se abrem…
Que pena, Papá!
Pena?
Sim, Papá. Não tenho Vida que chegue para pôr óleo em todas as árvores da minha serra. Os cedros, os pinheiros, e os eucaliptos, falam-me da mesma maneira, aos assobios, sempre que as visito…
Não filho, esse som que ouves, esse assobio, é a brisa, o vento que faz rodar as tuas árvores. São os troncos a girar, a ranger…
UF! Já podias ter dito que somos brisa, quando abrimos as portas de nossa casa!
Tenho brisa que chegue para abrir todas as portas de nossa casa…
30 julho 2004
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