Hoje não desenhei, não encontrei os meus lápis de cor. Saltitaram todos, em viagem que não sei. Fazem-me falta, os lápis, porque as cores, tenho-as sempre, mesmo no escuro…principalmente no escuro. É no negro ( com ou sem sombras) que lhes dou o contorno do sentir e este só é intenso quando me cego.
Mas são os lápis que me brincam e me jogam a vida.
Os meus lápis não têm embalagem, por isso nunca os afio. Eles gostam de se empoeirar nos meus dedos ( é a nossa intimidade, os nossos sussurros, reduzidos ao mais simples, ao elemento, ao pó). A espessura do traço é com eles. Por isso gosto do desenho, ando sempre a adivinhar a forma e o peso do sentir. Todos os meus lápis me são pele por isso não ouso usar borracha...
São uma enorme responsabilidade, ter lápis que se alimentam do meu sentir. Vezes há, que me fogem e eu fico a perguntar-me se foram desenhar sozinhos a história que me descobriram nos dedos...
Quando conseguir decidir-me no nome que hei-de dar a cada um, deixo-os partir sem me interrogar…
07 junho 2005
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