04 novembro 2004

caroço de laranja

Hoje senti-me laranja.
Espremida.
Livro, sem letras, nem palavras, nem desenho.
Oco.
Negro.
Esquecido do olhar, dos sinais que me envolvem o ser.
Hoje não caminhei.
Andei sem passos, sem tempo nem cor.
Esvaí, gota a gota o sumo da alma que me habita o eu.
Ficaram as sementes, caroços largados por aí, sedentos de terra.

Hoje, quando o sol estiver laranja, vou PLANTAR-ME!

4 comentários:

musalia disse...

Os caminhos esgotam. Os passos, a vontade de seguir. O olhar abrange o vazio, restam os traços que deixamos, sem sentir. Renascer do nada ou de pequenos nadas. A tua árvore, ao por-do-sol...

Beijinho, Almaro.

folhasdemim disse...

Hoje, ao ler os teus últimos posts, senti-te livro inteiro, repleto de letras, palavras e desenhos. Já és árvore enraizada. Gosto muito do que escreves. Beijos, Betty

rfarinha disse...

Planta-te e renascerás... como uma laranjeira... ;) (P.S: São tão lindas em flor...)

Anónimo disse...

e fui ao "desenho do ver" e....achei!!!bem me parecia que um dia tinhas andado a amadurecer esses caroços!!!!
este pincel laranja sai-te sempre bem!!!
beijos
nani

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...