29 novembro 2004

quando...

“Quando as aves morrerem, aprenderei a voar…”

Entrou um mim, sem aviso nem arauto, esta necessidade-vulcão, quase vida, de percorrer o espaço que se esconde no olhar, livre de passos, de caminho e de amarras.
Mas estou aqui.
Aqui, neste exacto instante, imóvel no Ser, preso no Eu, sem dar um passo, com o olhar enterrado, a desenhar o que sinto e não sei.
Preso, nos passos não dados, imutável na ausência a (des) sentir…
Resta-me tentar impedir que as aves morram e pedir-lhes que me levem o Olhar no seu voar, determinadas no ir…

4 comentários:

musalia disse...

desenhas o que sentes e não sabes que sentes?...o olhar, sempre o olhar nos conduz e somos conduzidos por ele...em presença, não em ausência...
os caminhos existem, são os teus, por onde te moves, e moves-te....

Fátima Santos disse...

se neste momento eu encontrasse por aí a lâmpada do Aladim...eu esfregava-a de manso e pediria sem dizer de palavras nem uma...que me levasse de mim por um pedaço a ir a ir a ir ... e me deixase, nesse intervalo em que de mim meu voasse, a repousar deste eu em mim...

Anónimo disse...

Bonito texto este, Almaro. Este nosso Eu tão criativo e libertador, é também quem mais nos tolhe, nos deixa presos, limitados..
Um abraço,
aguasdemarco

Anónimo disse...

Bonito texto este, Almaro. Este nosso Eu tão criativo e libertador, é também quem mais nos tolhe, nos deixa presos, limitados..
Um abraço,
aguasdemarco

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...