19 março 2005

amuos

As ruas da cidade grande escorregaram todas para o rio e ouviu-se um grande silêncio. Depois tocaram os sinos e todos acordaram. Foi um trabalho louco repescar todas as ruas. Não queriam vir, consta que se zangaram por ninguém lhes ligar, apesar de andarem todos de olhos no chão. Voltaram cheias de cor, lavadas. Pena foi os habitantes da cidade grande, não terem escorregado também, andam muito descoloridos a fingirem-se de pombas-gaivotas, mas as cores deles são outras.
Cada um deve vestir a sua própria cor para haver arco-íris…

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu moro na cidade grande. E hoje senti-me transparente na minha melancolia. Tão longe das cores, tão longe do rio...Tão dentro das minhas lágrimas que seria impossível atentar nas gotas de chuva...

Anónimo disse...

Conheci este blog por um link num post do Devaneios e devo dizer que fiquei encantada. Já tinha visto o teu nome na blogoesfera mas nunca tinha vindo ao teu cantinho. Também moro numa grande cidade mas consigo ouvir os pássaros pela manhã e cheirar o rio e as árvores, senão seria insuportável aguentar tanto betão. Beijo grande :)

Vênus disse...

"Dás-me a tua mão e guias-me no escuro?
Contas-me uma história de encanto
Para que como criança
No teu colo me esconda
Na tua mão adormeça
Os fantasmas se afastem
E a escuridão não exista?
Acendes um sol para mim
Até amanhecer? "
Vc foi o sol desse meu amanhecer..Adorei seu blogg...BJS
NANE

lique disse...

Os habitantes da cidade grande parecem-me todos cinzentos... o que não é grande contribuição para o arco-íris. Beijos

Lyra disse...

:-) gosto tanto das tuas histórias.

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...