Em silêncios,
movimentos lentos,
reflexos,
despes-te , de artefactos...
Olhas-te,
em ausência,
tua,
sensual...
Soltas-te dos enfeites,
um brinco,
outro,
um colar,
uma pulseira,
pedaços de ti,
pedaços de jóias esculpidas,
em lágrimas escondidas,
uma
a
uma,
soltam-se de ti,
nua.
Olhas-te em refugio,
teu,
só teu…
É momento mágico,
o teu por-do-sol,
quase erótico,
quase poema,
quase lua…
( a mulher tem dia a dia este instante mágico em que se entrega a uma metamorfose pura, num momento mágico só dela, é o instante de ser silêncio, de ser sua)
21 março 2005
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13 comentários:
caterina: vais-me desculpar mas não concordo, não pela falta de tom poético, mas fazer a barba não tem nada de mágico nem de introspectivo nem de nada. Já tentaste reparar na posição corporal que tomas quando retiras os brincos? Já reparas-te o quanto estás ausente quando os retiras? Repara então…
Sei-te aí. Entre a minha quietude
bebo-te sofregadamente, deslumbro-me
a tremer de amor por ti. Sento-me
numa areia fina, o sol pousado
sobre os ombros, a escutar. As ondas
avançam ao longe e trazem
na espuma, o teu sorriso resplandecente
rente ao silêncio dos meus olhos.
Sei-te aí. Recolho-te aqui...
sinto o teu poema, quase em transparência, em gestos...
beijos, Almaro.
E esse instante de ser sua é mesmo mágico. A imagem do retirar dos brincos é fenomenal, nunca tinha pensado nisso, mas realmente ausento-me quando o faço :) Beijo grande :)
Almaro, vou ser muito sincera: De facto o acto de tirar os brincos, a pulseira, o anel é sensual. Mas as mulheres com menos poder de compra e menor capital simbólico não merecem ser vistas como sensuais? Não achas um pouco "decadente" tomar como paradigma do feminino as mulheres das classes altas? Uma boa noite para ti.
Almaro, vou ser muito sincera: De facto o acto de tirar os brincos, a pulseira, o anel é sensual. Mas as mulheres com menos poder de compra e menor capital simbólico não merecem ser vistas como sensuais? Não achas um pouco "decadente" tomar como paradigma do feminino as mulheres das classes altas? Uma boa noite para ti.
Fantásticos estes "instantes mágicos! Pelo menos na forma e na beleza das palavras! O conteúdo (pelos comentários) não é tão pacifico! :o) Apesar disso subscrevo a beleza descrita.
Felizmente temos esses instantes mágicos. Pena que nem sempre os tomemos como tal...
Beijinho *
Dora: dou-te alguma razão, a que fica do meu lado, é que tive o cuidado consciente de falar em adereços ,” jóia” neste contexto, no meu pelo menos, não significa coisa outra que beleza, sabes tão bem como eu que um brinco ou uma pulseira para ficarem bem num corpo feminino não tem que ser de ouro ou brilhantes, a beleza que descrevo está no gesto, não na “jóia” . a que fica do teu, é a minha insensibilidade de entender o feminino, sou e serei sempre um eterno desajeitado. quanto a o resto, é apenas um esboço de poema, porque o poema esse foi sentido por inteiro. Um beijo e volta sempre. Gosto da sinceridade. Gosto muito da franqueza.
:)
sabes amigo que de amiga a ti te sou...o homem desaprendeu de se ele sentir e se dele deixar ver observar sentir mágicos momentos de retirar de si peça por peça adereço ou jóia ou simples cueca... assim... lindo belo tão delicado e terno tão mágico tão apetecível porque tão sozinho e consciente e admirador e descansando-se a si nesse desfazer do acessório sentindo-se ele seu a si...o homem desaprendeu de si, Almaro...e precisa reaprender deixar-se ser a si tal qual se é! não sabes que precisa, Almaro?!
Um bom dia!
Graças a Deus que não uso qualquer adorno! Sou altamente alergica ao metal, ouro incluido! Lá tinha de vir achincalhar a coisa! Eheheheh da Fernanda
ola
sou mulher e pela primeira vez senti o que disse Almaro sobre a hora de tirar os adereços. é tudo verdade. talvez por ser natural, numa me tinha apercebido de mim propria nesses momentos. Obrigada pela chamada de atenção Almaro. Dora está errada, porém. Os adereços tem classe social, mas todas as classes sociais têm adereços. Almaro falava dos segundos, não dos primeiros, acho eu.
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