30 setembro 2004

ah...

Tenho em mim uma dor...
não se extingue,
não se vê.
Tentáculo de um nada
que se passeia túmulo que se finge...
Desenho inacabado,
esfinge,
cume de areia,
pedra
que serpenteia,
em terra podre,
feia.
Torre de castelo,
ameia.
Ah se eu fosse eu,
sem esta névoa,
sem esta teia,
era flor
que se passeia,
levado por colibris,
em abraço,
que navega,
barco,
no arco-íris

Ah se eu fosse,
simplesmente eu…

9 comentários:

Fátima Santos disse...

ah! se eu fosse simplesmente eu!!!!!!!!!!!!!*********

rfarinha disse...

E somos simplesmente nós...
Rodeados pelo nosso meio...
Somos simplesmente nós...
Com o ego vazio ou cheio...
Somos simplesmente nós...
Com a dor que foi e veio...

Bjs

lique disse...

Tu és tu, ainda que com essa névoa, com essa teia... As tuas cores aparecem, sejas pássaro ou barco ou o que queiras ser. A dor acaba por se incorporar em nós e dar novos matizes ao que sentimos. Beijos

Refúgio Lunar disse...

Tu és.

musalia disse...

"Se" é uma palavra perigosa. Impeditiva, porque traz o passado de volta sem futuro, acomodatícia porque corta o movimento de querer avançar ou seguir diferente. Não se é "simplesmente", para isso todas as cores não existiriam, haveria apenas o vácuo, negro e branco.
Beijinhos.

BlueShell disse...

..mas tu és sol, és flor...e o que sentes não é dor: é, tão simplesmente, a alma carente a pedir Amor!bjs

Anónimo disse...

aceita essa névoa que faz parte de ti desde sempre.é ela que te filtra o sentir e as palavras ...é ela que te aponta o caminho...é ela que te pinta as telas ...é ela que te faz seres ..."EU"!!!
beijos
nani

almaro disse...

nani: sei que essa névoa faz parte de mim, que me atenua o sentir, mas vezes há e são muitas, que queremos ver mais além e perdemo-nos na angustia de o não conseguir...
ps: de mano para mana: bem que podias deixar palavras mais vezes, sabem a abraço...

Anónimo disse...

é verdade abraço-te sempre que te leio...sempre mesmo,desde que me lembro de te ler!!!há quantos anos???
só que ás vezes não encontro as palavras que consigam simbolizar esse abraço e fico-me apenas a sentir-te no colo!
nani

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...