10 setembro 2004

lágrima-memória

Há um choro que me canta e embala no longe.
Sem tempo, no tempo.
Ergue-se gigante em luz-deserto, sem vento, sem dunas a um canto que me recorda.
Ecoa em oração de monge, que abala e acorda.
Oiço-a no fundo, ao fundo num quase azul suspenso que escorre em lamúria.
Som de mim sem fim.
Labirinto-muro, em fúria, de onda, de espuma que esfuma, branca, jasmim.
Há uma lágrima na memória que me sorri em abandono, esquecida que encanta e me chama e me sopra.
Não me diz, é memória sem história, por isso canta, por isso ri.
O desenho que se espalha, cor de palha, é palhaço.
Roto, cor de aço-vermelho-baço.
Ri, de mim a brincar com as palavras, triste por ti, que não me olhas, não me vês porque parti!

4 comentários:

nocturnidade disse...

e o silêncio nasce na ponta dos dedos.

BlueShell disse...

SEnti-me embalar...e deixei-me embalar pelas tuas palavras tão suaves , tão em harmonia...
e a lágrima..não sabe nada...por isso não pode ser memória, nem o desenho pode ser palhaço...antes lindo olhar brilhante de felicidade...porque tu ...não partirás NUNCA!

Fátima Santos disse...

eu até tenho vergonha porque as tuas palavras merecem silêncio
mas...caso não saibas GRANDE JANTAR INSCREVE-TE VAI INSCREVE-TE!! vai ver ao http://www.jachove.weblog.com.pt/" do Zecatelhado Jantar/Convívio - Novas!!!ou ao meu
Rápido até 3ª!!!
:) abraço

lique disse...

Nem vou comentar nada, vou só deixar-me levar nas tuas palavras e no ritmo do que escreveste. Quase música. beijos

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...