10 maio 2005

inaptidão

Saí cedo para a escola, ia com o ver à frente dos passos, pejado de importância e de sentido.
Era o meu primeiro dia.
Razão havia que transbordasse, afinal ia aprender a falar com o vento.
Triste ilusão, não estava habilitado!
Disse-me o Mestre, num s-o-l-e-t-r-a-r vagaroso , que sou muito novo, para a aprendizagem de talha tão complicada. Primeiro tenho que saber falar com os pássaros (afinal os pássaros voam , não por ter asas, mas por saberem falar como vento, os malandros…), só depois estou apto para o estágio . Mesmo assim, não garante, disse-me, porque o ideal mesmo, era saber pintar a linguagem das nuvens…

4 comentários:

Fragmentos Betty Martins disse...

Quero agradecer o lindo poema que deixaste no meu Post, vou guardar junto as minhas preciosidades.

"inaptidão" é uma delícia este teu texto é pura poesia

A chuva cai docemente
Choram as nuvens
Deuses... teus poemas estão declamar
E os pássaros cantam
como resposta

Porque reconhecem... e entendem o teu falar

Um beijo

Anónimo disse...

é isso mesmo, uma delicia,um manjar de linguagem poética!!
nem me atrevo a diser mais.
beijos
nani

Dra. Laura Alho disse...

Haverá alguém capaz de fazer essas três coisas?

Beijinho grande *

Fátima Santos disse...

ora como tu sabes que as linguagens são outras ou também são outras :) que não estas...
Bem bem...de "linguagens" também é o que escrevi/linguagei (!!)...

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...