13 maio 2005

quando as minhas lágrimas ( também elas), choram

As lágrimas ausentam-se de mim,
uma
a
uma,
gotas de tempo
sem espaço.
No rosto,
laminas frias de aço,
uma
e
uma,
todas,
num mar de sargaço
sem fim …
Aguada de cor,
pintada na dor,
sem abraço.
Rio sem destino
nem memória,
gaivota ferida,
caída,
assim
no branco-cal,
em folha que escrevi,
sem história.
Ver que não vivi,
desenho-te,
esboço
de
risco fosco,
sinal-sombra em mar acido…
Fel
que
tomba
na
pele
que tece
e arde
no sal
que desaparece
em mim…

5 comentários:

Vênus disse...

"Fel
que
tomba
na
pele
que tece
e arde
no sal
que desaparece
em mim…"

Lindíssimo poema Almaro...
bjs

Anónimo disse...

As letras com que desenhas as palavras estão cheias de cor e sabor. Magia,também.
(magiaquemeadoçaaalmaehumedeceosolhos)
O poema que escreveste no dia 4 de Maio (dia em que nasceu o Henrique,o meu 6º neto) é lindo!
Amo o que escreves.
Perdoas-me se for atrevida e disser que gosto de ti?
Jinho da avó Algenibe

Anónimo disse...

"Que momento de emoção e delicadeza o depoimento da Vó Algenibe, que linda quando pergunta de pode gostar de ti..Linda!"
Pequenina

almaro disse...

Avó Algenibe:No dia 4, o que referes no teu simpático comentário, tive uma sensação estranha, um imenso sorriso no corpo, ao sentir os filhotes partirem .
Um-sorriso-maior-que-a-saudade...

Lyra disse...

Que bonito!

não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...