Pesam-me as palavras que não digo. Respiro-as e desenho-as em folhas que se misturam em voo de pássaro, com cores que se fingem de Outono.
As palavras prendem-se, atropeladas na angústia de se ouvirem, fechadas, sem sentir.
Grito que se inventa semente de flor que não vê o dia.
Já não há folha, não há pássaro nem grito, nem palavra nem poesia, apenas nuvem cinzenta, que chora sozinha…
21 abril 2004
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