22 abril 2004

um beijo ao longe, para longe...

Passei a mão pelo teu olhar, de longe, como quem afaga o cabelo que se liberta no vento e na brisa do mar. Baixas os olhos, escondes sorriso em cor tímida. Ouviste o que o Ver te levou nas palavras que não disse, que adivinhaste, que sentiste. Foi a minha vez de sorrir e (des) olhar-te , tímido também, só que sem cor, porque os anos já são outros. Pinto o momento, sozinho, em cor-de-mar, em cor-de-onda, em cor-de-rocha. Pinto sem desenho, porque o traço limita o sentir e eu não quero interferir, deixo que o quadro se pinte, nasça e com a cor se embale, como onda. Ela volta, volta sempre, nova, outra, mas sempre cor-de-onda, de mar…

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não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...