30 abril 2004

sem desenho, deserto, sem olhar, escrevi...

Escrevi sem parar, de raiva, sem desenho, sem olhar. Palavras, secas, de deserto, evaporadas, afiadas, doentes, dementes. De olhos fechados, escrevi, laminas, disparadas sem sentido. Escrevi, no papel, febril, sem afecto, sem calor, mas insisto, deserto. No fim, depois do ponto, agarrei no papel, amachuquei-o, humilhei-o, rasguei-o, queimei-o, insisto, febril e voltei a mim…

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não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...