Atravessei porta após subida de escada que se afunilava para o escuro. Uma simples porta, moldura de madeira negra, entreaberta de luz. Chegado, interroguei-me sobre o sentido daquela passagem e não encontrei algum. (Só mesmo um tolo se daria ao trabalho de colocar uma porta no cimo de uma escada que leva a lado nenhum). Senti o tempo que escoo a abrir portas que escondem o vazio, em passatempo interior que só eu vejo, que só eu sei.
Pintei a porta com "cores-de-paisagem", virei-lhe as costas e esqueci-me do lugar.(Muito ao longe ouvi a escada a troçar de mim, em risos soluçados de alegria…)
01 abril 2004
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