29 janeiro 2005

inexistências do eu

Ah, como gostava de ser invisível, andar por aí, sem me sentirem o Eu e gritar sem me ouvirem.
Ah,
sim,
isto é oração, prece…
Quero tanto ir por aí, indiferente à chuva, aos passos, ao vento, ás palavras que me inventam, nos reflexos dos passos que não dei.
Uma folha é uma folha, uma árvore, uma árvore, uma gaivota ,pinta os azuis, os cinzentos , os verdes, de branco e voa, porque é que o meu caminho, é esta coisa que anda à toa, que me fere e magoa?
Por isso grito, peço, tropeço e voo, cansado dos olhares que me pintam, sem me verem o Eu.
Não é ódio o que sinto, nem rancor, nem indiferença, nem sequer, medo.
É tristeza profunda, abismo negro, fundo, escuro, por sentir este querer intenso, de me tornar insensível e esquecer…

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não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...