21 maio 2004

espero, chuva de palavras, que não vêem

Espero, não sei se palavras. Simplesmente não sei, mas espero. Sinto-me pescador que olha, o mar, o céu e se funde no ar, em espera. Não é hora, pensa, (talvez), e o que era só olhar, foi-se transformando em sentir. Mais que sentidos, porque o corpo acelera compassos, ritmos já esquecidos. Aguardo palavras. Sentença. Sem juiz, porque o não há. Os minutos, são lentos, são horas. Que coisa estranha o dia. Afinal, ele brinca, ele baralha. Espero palavras. Perdi-me no tempo, no sentir, nesta interminável espera. Fiquei preso em cores já esquecidas. Estou bem. Até as palavras esperam. Estão presas no tempo. Oiço o Mar, está calmo, também ele espera, gaivotas, (talvez).
O sentido das palavras mudou. Estranho a incerteza, mas sinto-me confusamente, bem. Serenidade? Não sei! Espero palavras que não vem. Andam por certo por aí a voar. Ficaram ao colo? De quem? Não é angústia, é calma, já disse, é Mar que se espreguiça, não esqueçam. Vai e vem. Limpa passos de areia. Passos perdidos? Não sei, perdi-me de pensamentos. Só sinto. Espero.
Nem as palavras vêem, por isso as repito. São as que tenho. Afinal, espero chuva, de palavras.
Dava jeito.
Abraços também…

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não uso tempos, nem agendas ou instrumentos outros que meçam pedaços do existir. é jeito meu. por isso passar de um ano para o outro é cousa...