Os caminhos revoltaram-se nocturnos, em serpentear raivoso, com cabeças várias e em sons de mar vermelho, em tempestade incontida no sonho.
Agarrei Caravela sem velas e fui, qual cavaleiro montado em cavalo livre. Olhei a Fúria, do cimo de uma onda do meu caminho revoltado e perguntei-lhe:
Que me queres, se sabes que não me assustas?
Que me vejas, que me sintas e que não andes por aí a olhar para todo o lado, menos para onde pões os passos, em mim!
Estás enganado, fúria raivosa, se não te olho, é porque confio. Não entendes que o meu olhar para ti é o meu acreditar?
Eu sei, mas sinto tanto a tua falta…
Sabes melhor do que eu, que os passos que me levam em ti, são a razão da tua e da minha existência, tu e eu somos o mesmo, e existímo-nos em simultâneo, por isso pára com essa revolta sem sentido, não és, e não sou mais do que caminho por percorrer…
Tu és os meus passos, não te empertigues e não queiras ser mais do que isso, portanto acalma-te, porque sabes que nada me irá deter, nada me fará parar. Se fizeres o favor, sai do meu sonho, sai do meu dormir e deixa-me descansar, porque amanhã tenho cores novas para te pintar…
05 maio 2004
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